domingo, 31 de janeiro de 2010

Fogo no Salão

Às 21h15 de sexta-feira (29), vestido de branco, com um São Jorge brilhante em sua camiseta e de Ray-Ban, Leo Maia subiu ao palco do teatro do SESC Pompeia para apresentar seu recente CD, “Sopro do Dragão”. Com a casa cheia, Leo e a Banda Cavalo de Jorge abriram o show com o irresistível balanço da regravação de Homem do Espaço, tema de Jorge Ben Jor. Na sequencia Leo mostrou sua paixão pela gafieira na samba-soul, Ela Dança Gafieira, que, assim como outras nove faixas do álbum, é de sua autoria.


Antes de prosseguir, Leo saudou a plateia e reverenciou aquele espaço, onde já cantou outras vezes. Ele arrancou gritos, palmas e assovios do público, ao falar que havia algumas presenças especiais naquela noite, entre elas, sem revelar o nome, um jogador do Corinthians.

Continuando, Leo cantou a balada romântica Revanche, assinada por Hyldon, e que é sucesso nas rádios do País. Para mesclar um pouco o repertório de seu trabalho atual, Leo cantou e tocou em Cidadão de Bem, do seu CD anterior, que leva o mesmo nome da música.

Cantada com muita propriedade, Réu Confesso de seu pai, o inesquecível Tim Maia, não deixou ninguém ficar calado.

Um funk do mal, ou do bem, veio à tona na cadenciada Funk na Laje, mais uma da autoria de Leo. I Go, I Go escrita pelo cantor, em parceria com Cássio Calazans, e que está na trilha sonora da novela Viver a Vida, agitou o público com sua levada samba-rock contagiante.

Cheio de novidades, Leo contou que recebeu um convite de Zezé di Camargo e Luciano e, em fevereiro, vai cantar com a dupla no Cruzeiro É o amor.

O clima esquentou, e o terno ficou de lado com a regravação da divertida Kilariô, e seus versos Dei a mandioca pra farinha/ e o milho pra galinha/ E o capim para a vaquinha E o feijão quem compra gosta, com direito ao ‘s’, digno de carioca.



Em uma trinca totalmente zen, Leo fez todos jogarem suas mãos para o céu, com Na Rua, Na Chuva, na Fazenda; cantou História de Amor em uma versão acústica e, por último, Relva Verde.

De seu primeiro trabalho, “Cavalo de Jorge”, Leo cantou Ela Dá Um Show e Soul Plebe. Agora Você Volta fechou as músicas do “Sopro”... Fazendo mais uma vez todos cantarem ao som de Tim, Azul da cor do Mar e Primavera encerraram a apresentação.

As luzes diminuíram e o cantor saiu de cena: o show havia terminado. Como de praxe, todos foram levantando, indo em direção ao palco e pediram mais uma. Ovacionado, Leo saiu de uma porta e, como um foguete, entrou por outra. Depois da brincadeira, o cantor voltou; dessa vez em um elegante look prateado.




Para acalmar o ambiente que ferveu, Leo cantou Pra Nunca Mais Dizer Adeus, em versão acústica.

Novamente Leo evocou o ‘Síndico’, cantou Descobridor dos Sete Mares, Eu e você e fez todo mundo pular.
Para completar, Revanche e I Go, I Go voltaram para reforçar os hits em evidência de seu álbum atual.

As cadeiras do SESC Pompeia quase não comportaram aquela metaleira, e a voz do cantor, que não convidam, mas nos obrigam a dançar. Leo Maia além do suingue, reflexo da herança musical do pai, é um incêndio que, como o Sopro do Dragão, lança fogo em qualquer lugar.


Fotos do show

por Marjorie Luz, para o Desconnexo

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

São Paulo submersa

Pela manhã avistei o céu cinza e gotas de chuva caindo sobre os vidros de minha janela. Liguei a televisão e a manchete era corriqueira “São Paulo tem 30 pontos de alagamento, mais de mil famílias estão desabrigadas e a previsão é de chuva intensa durante a tarde”, isso já não é novidade, pelo menos, a nenhum paulista. Porém havia algo desconcertante no telejornal, uma notícia dramática e tocante “Pai, mãe e filha de 14 anos morrem em desabamento." Isso afetou o meu dia.

No ônibus a caminho do trabalho, em meio ao trânsito caótico e muita chuva, comecei a refletir. Por quê? Existe um motivo? Há solução? Quanto tempo ainda minha cidade sofrerá com enchentes, deslizamentos, falta de estrutura? Serei sincera: não encontrei respostas. Na realidade, não há solução para nossa cidade de pedra enquanto a chuva perdurar. Especialistas afirmam isso, geólogos, engenheiros da Sabesp e outros entendidos do poder público. Estamos a mercê da sorte, ou melhor, da previsão do tempo.


(Foto: Camila Ribeiro/Desconnexo)
Moradores de áreas de risco do Jardim Pantanal, zona leste, protestando na Subprefeitura de São Miguel Paulista.


Não resido em área de risco, mas me imaginei na situação da família que foi tragada e morta pela terra barrosa: “Eu e meus pais assistindo ao telejornal, depois de um dia de trabalho e compromissos, em nossa sala. De repente escutamos um barulho e, ainda com a televisão ligada, nossa casa começa a balançar, em segundos todos gritamos, como se isso pudesse nos salvar. Unidos, nos abraçamos. Fechamos os olhos rogando por salvação. Rapidamente somos engolidos pela lama. Tudo o que resta de nossa casa são escombros. Chamávamos os vizinhos que desesperados tentavam retirar os nossos corpos de lá. Porém não havia solução. Em um último suspiro o que falar? O que pedir? Nada. Agora não mais dor.”.

A família que morreu hoje em Francisco Morato, não é um exemplo isolado. Em São Paulo, segundo o Correio Braziliense, 50 pessoas já foram mortas em decorrência da chuva. Infelizmente, não serão os últimos.

Camila Ribeiro, para o Desconnexo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A vida e o veneno de Wilson Simonal


Você já ouviu falar em Wilson Simonal? Se for jovem como eu talvez tenha visto alguma coisa por ai sobre ele, mas talvez tenha passado despercebido ou, talvez, não faça a ideia de quem seja.


Wilson Simonal foi considerado o maior cantor do Brasil, segundo muitos depoimentos de cantores, apresentadores e artistas que acompanharam sua trajetória. Muitas músicas, que transcenderam o tempo através de outras vozes, foram cantas primeiramente por ele. País Tropical e Zazueira, famosas por serem compostas e interpretadas por Jorge Bem Jor, ganharam sucesso nacional na voz de Simonal.


O País reverenciou aquele excepcional cantor, que tinha o dom de comandar platéias. No entanto, de uma hora para outra, o público virou as costas para ele. Bastou um deslize, e Simonal caiu no esquecimento.


A história desse grande cantor pode ser conferida em sua biografia, Não vem que não tem: a vida e o veneno de Wilson Simonal, escrita por Ricardo Alexandre. O autor levou dez anos entre pesquisas e entrevistas para esclarecer o enigma – “como e por que o Brasil virou as costas para o cantor que era voz do país?


O livro traz ainda todo um contexto histórico, como o surgimento de algumas das mais importantes vozes do Brasil e os festivais de músicas que eram a sensação da época.


Para quem gosta de música e, sobretudo, brasileira, vale conferir.

Ficha técnica:

(Fnac)
  • Editora: GLOBO
  • Ano Edição: 2009
  • Número Edição: 1
  • Qtde. Páginas: 390
  • Encadernação: Brochura
  • Idiomas: Português
  • Peso: 570 g
  • Dimensões (LXAXP): 16 x 23 x 2,2 cm
por Marjorie Luz

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

São Paulo: 456 anos sob muita cultura

O aniversário de 456 anos da cidade de São Paulo foi comemorado com muita cultura, shows de grandes nomes da MPB, Pop, Jazz Nacional e Internacional, peças de teatro espalhadas por toda a cidade e até GP, no Autódromo de Interlagos. Os eventos aconteceram durante três dias, com o início na última sexta-feira (22) e encerramento na segunda-feira (25). Estima-se que 80 mil pessoas participaram da programação, segundo dados da Prefeitura de São Paulo.


Pitty fez show no Sesc Interlagos (Foto: divulgação)

Os espectadores tiveram de optar por suas atrações prediletas já que tudo acontecia simultaneamente, como a “Virada Cultural”, evento pioneiro da capital paulista. Mesmo sob chuva os paulistanos não desistiram de aproveitar o feriado prolongado. Bruna Gomes, universitária do curso de Radialismo, participou do Show da Pitty no Sesc Interlagos. “Estava torcendo para não chover”, disse Bruna.


São Paulo vista do antigo 'Banespão (Foto: Camila Ribeiro/Pessoal)


A cidade comercial de São Paulo reúne diversas empresas e tem um comércio sólido, prova disso é que concentra 35% do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma das riquezas produzidas) do Estado de São Paulo e 12% do brasileiro, segundo o IBGE. Para obter esses resultados a cidade não para por nenhum segundo, sempre tem alguém trabalhando. À nossa São Paulo: “um parabéns desconnexado”.




Camila Ribeiro, para o Desconnexo.

São Paulo, 456 anos.




No aniversário de São Paulo, depois do trabalho (paulistana da gema que trabalha até no feriado) fui às ruas da cidade para presenciar as comemorações. A ex-terra da garoa, agora terra das chuvas constantes, completou 456 anos com uma mini virada cultural. Resolvi ir ao centro e ver o que estava acontecendo.


Como não poderia deixar de ser veio a previsível chuva, que me deixou dentro do Shopping Light, enquanto lá fora, no Vale no Anhagabaú rolavam alguns shows, como Leandro Sapucahy, Leci Brandão, Paula Lima, entre outros.

Chuva vista de dentro do Shopping Light


Se não pude curtir e fotografar os shows, estive muito bem entretida no prédio que abrigava a antiga empresa Light, de energia elétrica, pois lá estava acontecendo o projeto Ocupação Cultural, que contou com apresentações culturais regionais. Dentre as atrações havia coral de idosos, grupo de violeiros, catira, flamenco e muito mais. Os dois últimos foram os que mais me atraíram.

Prédio do Shopping Light

As batidas fortes de pés e mãos marcaram apresentação da catira, dança do folclore brasileiro, executada na maioria das vezes por homens.

Grupo de catira


A apresentação de flamenco, do Grupo Raies, contagiou o público com sua alegria e energia.

Grupo Raies

Depois que o aguaceiro parou, me encontrei com uma amiga e caminhamos pelo centro de Sampa. Dividimos uma paixão enorme por esta cidade, e andar num centro abandonado nos causou indignação. Isso, contudo, não é novidade, pois acredito que antes de nascermos, fala-se em revitalização do centro. Mas como era dia de festa, deixamos isso por lá e percorremos alguns pontos importantes: Pátio do Colégio, Catedral da Sé, Viaduto do Chá, Praça da República, Mosteiro São Bento e o Vale do Anhagabaú. Além disso, conheci a Galeria Olido e a Galeria do Rock.


E assim passei a minha tarde no centro dessa cidade que nunca deixa de me encantar e me surpreender.


Marjorie Luz, para o Desconnexo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Novos Rumos

Neste novo ano letivo o blog que 'vós fala' não mais abrigará as atividades da disciplina de Linguagem e Redação Jornalística, ministrada pela Dra. Patrícia Leite. Isso agora é passado. Em 2010 o Desconnexo deixa de ser um espaço reservado às 'obrigações universitárias' e começa a andar por sua própria vontade. Novos textos, crônicas, fotografias e muita informação dominarão este espaço, de forma simples e sem amarras... De forma meio desconexa, sabe?














Aguarde e perdoe-nos a desconexão!



Equipe Desconnexa